Para quem apenas vê, o joanete, aparentemente, é uma grande calosidade nos pés. Mas, para quem convive com o problema, pode provocar muitas dores e desconforto.
O joanete, ou Hallux Valgus, como é chamado na medicina, é um desalinhamento entre os ossos, que faz com que o osso do primeiro dedo do pé – o dedão – sofra alteração anatômica e rotacione em direção ao segundo dedo. Existe, porém, outro tipo, que é chamado de Sastre e afeta o quinto dedo.
Este desequilíbrio ósseo pode ocorrer por uma série de fatores, sendo os principais a escolha incorreta de calçados e a hereditariedade. É mais comum que ocorra na vida adulta – cerca de 30% da população possui algum grau de deformidade – e é diagnosticado muito mais nas mulheres. Para se ter uma ideia, para cada nove casos em mulheres, há um caso em homens.
Nossos pés possuem uma estrutura complexa, com 26 ossos, 19 músculos e 107 ligamentos, além de ser responsável por suportar todo o peso e estrutura corporal. Por isso, merece ser cuidado com muita atenção.
CAUSAS
Alguns fatores influenciam para o aparecimento da deformidade. A hereditariedade é determinante em 60% dos casos. Doenças reumáticas como gota, lúpus e artrite reumatóide também facilitam o surgimento. Assim como pés chatos, desproporcionalidade entre o dedão e os demais dedos dos pés e ligamentos frágeis.
Porém, também existem fatores externos que merecem atenção. Praticantes de esportes de impacto podem sofrer com joanetes, mas o uso de calçados inadequados é o fator extrínseco mais comum.
Já falamos inúmeras vezes aqui sobre a importância da escolha dos calçados adequados para os mais diversos contextos de vida, já que a qualidade deles pode proporcionar melhor qualidade de vida. Os joanetes são mais comuns nas mulheres porque elas têm mais costume de usar sapatos de salto e bico fino.
O sapato de salto altera o ponto de equilíbrio dos pés, já que o peso corporal é todo projetado para frente, na planta dos pés; e os calçados de bico fino esmagam os dedos, alterando a anatomia deles. Por isso o ideal é que sejam mais confortáveis, com bicos arredondados ou quadrados, mas que não espremam os dedos.
SINTOMAS
Os joanetes podem não apresentar sintomas. Porém, além da projeção óssea na lateral dos pés, também pode provocar dor e calor, consequência do processo inflamatório na articulação. Em alguns casos, esta inflamação é tratada à base de antiinflamatórios e analgésicos. Pode ocorrer a formação de calosidades nos dedos e na planta dos pés, além do primeiro dedo ficar rígido e com a pele mais espessa.
TIPOS DE JOANETES
Hallux Valgus
Este é o tipo mais comum, que é a projeção óssea da base do dedão para a lateral dos pés. Por consequência, os pés passam por um processo de alargamento, que é um desalinhamento da articulação.
Sastre
Este ocorre no quinto dedo do pé, provocando a projeção óssea do outro lado, perto do “dedinho”.
Uma curiosidade sobre este tipo de joanete é que ele também é chamado de “alfaiate”, já que é bastante comum nestes profissionais, provocado pelo uso excessivo de máquinas de costura.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico deve ser feito por um médico ortopedista, que pode solicitar exames mais simples, como um raio-x dos pés, assim como ecografia, ressonância magnética e TAC. O especialista também leva em conta o estilo de vida, idade e estado geral de saúde, por exemplo. Esta avaliação é essencial tanto para o diagnóstico quanto para a escolha do tratamento adequado, que pode ser apenas para evitar a progressão do quadro ou a necessidade de intervenção cirúrgica.
Para os casos em que o tratamento terapêutico é a melhor indicação, a intenção não é curar o joanete – isto só é possível com intervenção cirúrgica -, mas, sim, estabilizar e impedir a progressão do quadro. Entre as alternativas possíveis estão o uso de protetores ortopédicos, palmilhas ortopédicas, talas corretoras de joanetes – que são usadas durante a noite – e, claro, o uso de calçados adequados, que mantenham os pés confortáveis.
Buscar um profissional qualificado é sempre a melhor alternativa. Não faça tratamentos caseiros por conta própria.
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